Eu ia dormir, mas é de madrugada que chegam as idéias...
Hoje vou postar sobre a Música, mas dessa vez a faixa etária das pessoas fará a diferença. O post é longo mas vale a pena.
Depois de estudar um pouco sobre as músicas, percebi que as preferências têm mudado durante o passar dos anos... Ela tem ficado cada vez mais "jovem", isto é, pessoas cada vez mais jovens se apegam às músicas, bandas e cantores do momento...
Para explicar melhor, vou dar alguns exemplos: Vou começar apelando, lá na época de Beethoven, a música que ele fazia não era uma coisa que crianças e adolescentes costumavam ouvir, porque não foram feitas para elas, a maioria devia achar chato, mas os adultos (em todas as suas idades) gostavam, o problema da época é que a música não era tão compartilhada para todas as classes sociais como hoje e era muito valorizada.
Então, como não tenho muito conhecimento de todas as épocas vou falar das que eu conheço...
Meados de 1950, apareceram bandas de Rock dançante, vamos assim dizer: Bill Haley & His Comets, Little Richard e claro Elvis Presley... Ouvindo essas músicas, percebe-se que o foco de ouvintes não eram mais adultos, mas também não eram crianças, eram os jovens que saíam para dançar com os amigos em bailes. Até o começo dos anos 60 ainda havia esse rock, representado pelos Beatles, que deram se adaptaram mais tarde ao rock psicodélico.
Então a Guerra Fria começa, e temos os Hippies promovendo a paz, que ganharam mais força no fim da década de 1960 com o Woodstock, o evento em resposta à Guerra do Vietnã, temos o rock psicodélico de Janis Joplin, Jimi Hendrix, Jefferson Aeroplane, etc (Destaque para essa época, que influencia a música até hoje com uma intensidade incrível). O rock n' roll é mantido com os Rolling Stones. E o foco agora é o público que queria paz e era mais alternativo, a idade varia bastante mas está ainda igual à época anterior.
Começa 1970 e uma mistura vem junto, a discoteca é a nova sensação, a famosa festa Rave: Earth, Wind & Fire ganhou força, Bee Gees, etc... E bandas de Rock nascem alternativamente à discoteca: Aerosmith, Scorpions, KISS, Black Sabbath, Deep Purple, Alice Cooper ganha fama... O hard rock nasce... E o foco de público abrange adultos e jovens.
Nos anos 80 o pop e o rock estouram e Madonna, Wham! de George Michael, David Bowie aparece mais, o rebelde Billy Idol, Bon Jovi, Michael Jackson agora adulto, Duran Duran, A-ha, U2, Van Halen, Run DMC, Guns N' Roses, Skid Row... enfim, música para todos os gostos imagináveis... alguns consideram os anos 80 a melhor década musical até hoje, eu sou um deles, a influência que essa década sobre nós até hoje é muito forte. O foco se tornou jovens novamente, com detalhe para os boy bands como New Kids On The Block, que as meninas adoravam, e as banda no estilo Guns e Skid Row que as meninas roqueiras que adoravam.
Nos anos 90 temos o Metallica desde o final de 80, Nirvana, Rage Against The Machine, Public Enemy, Alanis Morissete, MC Hammer, Red Hot Chili Peppers, Eminem, Hanson, Beastie Boys, Spice Girls, N'Sync, Green Day, Alice In Chains, Korn... Nos anos 90 é assim: mistura anos 70 com 80 e bota um tempero a mais, temos os anos 90. O público são os jovens novamente. Podemos perceber que o engajamento é forte em grupos como RATM e Public Enemy.
Nos anos 2000, as bandas de 90 continuam, mas começam a fraquejar, o emo e o hip hop emocional nascem... Avril Lavigne, Linkin Park, CPM 22, Queens Of The Stone Age, The Strokes, Sonic Youth, são alternativos e com o tempo perderam para Justin Timberlake, Simple Plan, Restart, NX Zero, Amy Winehouse, Usher, Lady Gaga, Beyoncé... Que fazem parte de um cenário na música meio que desfalcado, sem muita razão de existir, a partir dessa década parece que tudo ficou muito fácil e as pessoas não querem mais se importar com nada além de si próprias. E o público está cada vez mais jovem, dessa vez muito jovem, começando por volta dos 9 anos.
E por que eu enrolei até agora com esse estudo cronológico todo??? Por dois motivos, primeiro: injeção de cultura para quem for ler isto; segundo: enfatizei a idade do público que ouve as músicas, e aqui a parte publicitária começa.
Como já disse a música está ficando cada vez mais "jovem", mas não é só a música, é tudo! As pessoas não querem mais envelhecer e por consequência, fazem seus filhos serem adultos cada vez mais rápido, porque criar filhos parece ser, hoje, uma coisa de gente velha... E os publicitários??? Eles têm que vender, então acompanham o fluxo, os produtos estão cada vez mais sendo focados para os adolescentes mais jovens: celular, roupas, computadores, e por fim música, tudo para eles serem cada vez mais independentes.
Hoje não se procura mais qualidade e sim venda... se uma coisa não vende não presta... Essa parte é a ovelha negra da publicidade e do marketing. devemos acompanhar o ritmo das pessoas.
Na parte da música, está mais fácil lançar bandas com música "chicletes" e fáceis de entender, sem muito significado, do que lançar uma bela obra de arte à la Beethoven, ou uma música super engajada, as crianças não gostariam disso. E assim se lança uma moda, e a moda pega todas as pessoas avulsas, pode ser a coisa mais ridícula, mas se está na moda... A falta de personalidade nas pessoas é preocupante... Sem falar da descartibilidade das bandas hoje, muitas bandas do começo da década sumiram, simplesmente, nada é concreto o bastante para permanecer. Isso sem falar da ajuda da internet...
Eu também não posso generalizar, ouço músicas diferentes entre si, de várias épocas, algumas engajadas, algumas românticas, algumas pesadas, aliás ouço Paramore, que pode ser considerada ou não uma banda emo, não sei, eu acredito que não seja por causa da letra, que não impõe sofrimentos desnecessários. Acredito que cada época teve sua importância social e para as épocas seguintes, mas acredito que essa última foi a que teve menos importância.
Bom, acredito que dê para entender essa década completamente estranha que passamos... mas já estamos terminando o primeiro ano da segunda década do século XXI e eu tenho fortes convicções que algum dia todos vão enjoar dessa loucura toda sem sentido e vão prestar mais atenção nos problemas do mundo e das pessoas novamente, ao invés de olharem para os próprios umbigos, ou para o (a) namoradinho (a) da escola, que é o que as músicas se baseiam hoje e no sofrimento por coisas quase banais.
P.S.: O post ficou longo e gostaria mas não quis me prolongar muito, pois sairia um pouco do assunto. Qualquer coisa posts novos virão. E a parte psicológica ficou só por hoje mesmo, pois não tive a oportunidade de estudar as outras épocas. E me desculpo por qualquer erro cronológico, eu tentei ser o mais fiel possível.
André








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